sábado, 8 de maio de 2021

 NOTA DE DENÚNCIA E SOLIDARIEDADE AOS PARENTES DAS VÍTIMAS DA CHACINA DO JACAREZINHO:

 

MUDI/SUS, MOVIMENTO DE MORADORES E USUÁRIOS EM DEFESA DO HOSPITAL IASERJ/SUS, manifesta nota de pesar e indignação, somando aos protestos que denunciam os indícios, pelas imagens e depoimentos,  de   verdadeiro extermínio, massacre, chacina,  ocorrida mediante nítida violência do Estado do Rio de Janeiro,  em que os comandantes da operação descumpriram os protocolos de abordagens e de prisão, e da decisão do STF que suspendia operações nas comunidades nestes tempos de Pandemia,  optando estes comandantes por abuso de autoridade, direto ou indireto, pela  pena de morte sumária que é proibida constitucionalmente, sem dar a voz de prisão que seria o correto.  Retiraram o direito dos acusados de se submeterem ao devido processo legal, no estado de Direito dentro do Regime Democrático que governa nosso país e se condenados sanções penais cumpririam em vida.  A morte de um policial não pode servir de estopim de vingança para executar  29 vidas a queima roupa, sem direito de defesa fisicamente e processualmente, literalmente encurralados em todos os aspectos, sem saberem identificar nem os nomes de todos os vitimados.

     Solidarizamo-nos com os familiares das vítimas que até sentença que seria prolatada, são inocentes, em que este cenário corrobora que não há uma política pública de segurança responsável, onde se passa por cima da lei, da Constituição e além de suspeitos, ainda não condenados, e somente investigados são executados sumariamente mesmo se entregando a polícia no momento do conflito, e mesmo atingindo inocentes ao redor, seja morador/a em seu direito de ir e vir na comunidade, sejam os passageiros do metrô que passava próximo ao local no momento do tiroteio. Este é mais um capítulo do racismo estrutural em que preto e pobre morador de favela está marcado para morrer a qualquer preço, por qualquer motivo ou mesmo sem motivo algum, só pelo fato de ser pobre, preto e morador de favela, já são estigmatizados pelo sistema. Pobre país que tudo se faz pela lei do mais forte, do opressor e das armas, e nada acontece para se mudar efetivamente o rumo desta história, que se repete sem fim.

quinta-feira, 6 de maio de 2021


RJ: Operação de guerra da Polícia deixa 25 mortos na favela do Jacarezinho 

 

FONTE: https://anovademocracia.com.br/noticias/15702-rj-operacao-de-guerra-da-policia-deixa-25-mortos-na-favela-do-jacarezinho


Policiais carregam corpo de pessoa morta durante operação no Jacarezinho. Foto: Redes Sociais

Uma megaoperação das Polícias Civil (PC) e Militar (PM) deixou um saldo de 25 mortos na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio, no dia 06 de maio. Duas pessoas que estavam dentro do Metrô na estação de Triagem também foram baleadas.

Por volta das 05h50m da manhã, 200 agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, apoiados por quatro carros blindados e dois helicópteros, invadiram a favela do Jacarezinho, com a desculpa de efetuar a prisão de pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Policiais militares se posicionaram na linha férrea para impedir a fuga de traficantes.

Jovem morto com dedo na boca. Advogados ligados a organizações de Direitos Humanos suspeitam de ação de deboche por parte de policiais. Foto: Redes Sociais

Moradores baleados dentro de casa

Denúncias dão conta de moradores baleados dentro de suas próprias casas, assim como de residências invadidas pelos agentes.

Familiares de pessoas que foram baleadas ou presas estão em frente a Cidade da Polícia, que fica em frente a comunidade, para saber o paradeiro de seus entes. "Meu marido estava com a cabeça ensanguentada. A última vez que vi, estava vivo, em pé. Agora fiquei sabendo que está morto. Nem sei em qual hospital, qual delegacia ir", contou uma mulher.

Um outro morador comentou "Acho que eles pensam que estão no Iraque", sobre a conduta violenta dos agentes durante a operação. Outro morador denunciou que policiais estavam pegando celulares das pessoas durante a operação "Estão pegando telefone, agredindo morador e fazendo agressão", denunciou.

Corpos ficaram espalhados por ruas da comunidade. Foto: Redes Sociais

Pessoas baleadas dentro do metrô

O confronto se estendeu às estações de metrô e trens, fazendo com que duas pessoas fossem atingidas por tiros quando estavam dentro do metrô, na estação de Triagem. A circulação de trens foi interrompida na região.

Com a operação, moradores que saiam para trabalhar ficaram sob o fogo cruzado, muitos se trancaram dentro de casa para não serem atingidos pelos disparos. Vídeos que circulam em redes sociais mostram corpos espalhados pelas ruas da comunidade e policiais realizando incursões pelas vielas. Até o fechamento desta matéria, comércios, escolas e a clínica da família da comunidade ainda não estavam funcionando.

Moradores são obrigados a ver cadáveres desfigurados e decepados após ação assassina da Polícia. Foto: Redes Sociais

Justificativa risonha

A operação denominada Exceptis tem a justificativa de investigar o aliciamento de crianças e adolescentes para o tráfico de drogas. Contudo, segundo o sociólogo e professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ), a justificativa da Polícia Civil é inócua: "dizer que traficantes aliciam crianças e adolescentes é uma questão quase risível porque a gente sabe que todas as estruturas do tráfico têm menores de idade que colaboram. Dizer que vão fazer uma megaoperação porque descobriram que traficantes aliciam crianças é uma brincadeira", afirmou o professor.

Ação teve o maior números de mortes em 5 anos na cidade do Rio. Foto: Redes Socias

Maior número de mortos em uma só operação

A plataforma digital Fogo Cruzado, que analisa dados da violência na região metropolitana do Rio de Janeiro, divulgou que desde o início dos levantamentos em 2016, a operação do dia 6 no Jacarezinho foi a maior em termo de pessoas mortas, isso mesmo durante uma pandemia mortal e durante o decreto do Supremo Tribunal Federal, em que proíbe operações policiais em favelas do Rio.

Morador exibe manchas de sangue de homem baleado que buscou abrigo em sua residência. Foto: Redes Sociais

NÃO SAIA AINDA… O jornal A Nova Democracia, nos seus mais de 18 anos de existência, manteve sua independência inalterada, denunciando e desmascarando o governo reacionário de FHC, oportunista do PT e agora, mais do que nunca, fazendo-o em meio à instauração do governo militar de fato surgido do golpe militar em curso, que através de uma análise científica prevíamos desde 2017.

Em todo esse tempo lutamos e trouxemos às claras as entranhas e maquinações do velho Estado brasileiro e das suas classes dominantes lacaias do imperialismo, em particular a atuação vil do latifúndio em nosso país.

Nunca recebemos um centavo de bancos ou partidos eleitoreiros. Todo nosso financiamento sempre partiu do apoio de nossos leitores, colaboradores e entusiastas da imprensa popular e democrática. Nesse contexto em que as lutas populares tendem a tomar novas proporções é mais do que nunca necessário e decisivo o seu apoio.

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CHACINA NO JACARÉ EM VIOLÊNCIA POLICIAL -  DETERMINAÇÃO DE OPERAÇÃO NAS FAVELAS COM RESTRIÇÃO DO STF NÃO É RESPEITADA NESTE PERÍODO DE PANDEMIA, MORRE-SE PELA PANDEMIA, MORRE-SE POR BALA PERDIDA, MORRE-SE DE FOME PELO DESEMPREGO E A AJUDA AQUÉM DA REALIDADE DE AUXÍLIO EMERGENCIAL, E MORRE-SE PELO VIOLÊNCIA POLICIAL

 FONTE: http://www.midia1508.org/2021/05/06/policia-do-rio-leva-terror-a-favela-do-jacare/


Polícia do Rio leva terror a favela do Jacaré

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Moradores do relataram abusos e execuções durante operação das Polícias Civil e Militar na , zona norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (6). Por meio das redes sociais, circulam denuncias de invasões de casas e de que os mortos pela repressão são em maior número que os 22 anunciados oficialmente. Após a chacina, um grupo fez um protesto em um dos acessos ao local e tentou fechar o trânsito em uma rua da região.

“O respeito com os moradores nunca tem, isso é uma população, mas acho que eles pensa que estão no Iraque”, se revoltou um morador, que assistiu a duas pessoas serem assassinadas na casa onde reside com a avó. Imagens do imóvel mostram o local sujo com o sangue das vítimas. O crime foi presenciado também pela idosa.

Casa de morador que foi invadida por criminosos e policiais — Foto: Arquivo pessoal
Casa de morador que foi invadida por criminosos e policiais — Foto: Arquivo pessoal

Integrantes das Mães de Manguinhos, coletivo formado por familiares de vítimas da violência policial no RJ, descrevem o horror vivido. Segundo elas, há corpos espalhados pelo chão em vielas da comunidade.

“Tem muita gente morta”, diz uma representante, que teme ser identificada. “As famílias estão todas desesperadas, tentando chegar perto dos corpos e os policiais não deixam”, relata outra mulher, também pedindo anonimato.

Há denúncias de que policiais que atuam na comunidade estariam pegando telefones de moradores sob a alegação de que estariam mandando informações para traficantes.

“Estão pegando telefone, agredindo morador e fazendo agressão”, relatou um morador.

 

 

CPI da Covid: como 'imunidade de rebanho' pode virar arma contra Bolsonaro

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57004708

  • Letícia Mori
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Lado a lado, senadores aparecem de máscara, um deles, Omar Aziz, falando e gesticulando

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto,

Omar Aziz fala no Senado, rodeado de colegas da CPI da Covid; ele faz parte do grupo oposicionista na comissão

Uma das linhas de investigação dos senadores na CPI da Covid, que analisa a atuação do governo no combate à pandemia, é se Bolsonaro teria intencionalmente adotado a estratégia de tentar atingir 'imunidade de rebanho' sem vacinas.

A estratégia foi levantada como possibilidade no início da pandemia e consiste em tentar atingir imunidade de grupo — quando a maioria da população têm anticorpos contra o vírus — sem vacinas, através da contaminação do maior número possível de pessoas. Em pouco tempo, no entanto, estudos mostraram que a consequência dessa estratégia eram milhares de mortes.

Embora o ministério da Saúde nunca tenha oficialmente adotado a estratégia de imunidade de rebanho sem vacinas, o presidente Jair Bolsonaro disse diversas vezes que a contaminação da maioria da população era inevitável e que "ajudaria a não proliferar" a doença.

Mais de um ano depois da chegada da pandemia no Brasil, o país tem o segundo maior número de mortes do mundo — mais de 400 mil, atrás apenas dos EUA.

A linha de investigação sobre se o presidente intencionalmente escolheu essa estratégia e levou a um alto número de mortos se tornou central na CPI na terça, quando o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou em seu depoimento que "teve a impressão" de que foi exatamente isso que aconteceu.

"A impressão que eu tenho é que era alguma coisa nesse sentido [de buscar a imunidade de rebanho], o principal convencimento, mas eu não posso afirmar", afirmou o ex-ministro, que também afirmou que Bolsonaro tinha outro aconselhamento sobre a pandemia que não vinha do ministério da saúde.

Mandetta

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto,

Mandetta deu seu depoimento à CPI da Covid na terça-feira (4/5)

Mandetta disse que Bolsonaro foi alertado das consequências de não ouvir a ciência. O ex-ministro afirmou que o presidente inclusive foi informado da projeção de alto número de mortes caso as medidas com comprovação científica (como adotar o isolamento social e só promover tratamentos com eficácia comprovada) não fossem seguidas.

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da comissão, diz que a "essa tese é muito forte para explicar a conduta do Presidente da República."

"Ele adotou a ideia de que a melhor maneira de enfrentar a pandemia era permitir o contágio mais amplo e mais rápido possível, na expectativa de que isso pudesse gerar uma imunidade natural", diz Costa (PT-PE) à BBC News Brasil.

"Essas coisas acontecem com doenças virais que não são graves, mas não serve para uma doença como essa que produz não somente quadros clínicos graves como grande quantidade de sequelas até pra pessoas que tiveram casos leves", afirma o senador, que também é ex-ministro da saúde.

Questionado sobre o assunto por Costa na CPI, o ex-ministro Nelson Teich disse que, ao menos enquanto era ministro, isso nunca foi discutido com ele e "nunca foi colocado como uma estratégia".

Teich também afirmou que a ideia de criar imunidade de rebanho sem vacinas é um erro.

"Essa tese de imunidade de rebanho, em que você adquire a imunidade através do contato, e não da vacina, isso é um erro. A imunidade você vai ter através da vacina, não através de pessoas sendo infectadas", afirmou.

Apesar de, segundo Teich, Bolsonaro não ter falado sobre o assunto com o então ministro, o presidente fez discursos onde defendeu o isolamento social apenas de idosos e elogiou países e cidades que haviam adotado a estratégia da imunidade de rebanho sem vacinas na época.

Bolsonaro

Crédito, REUTERS/Ueslei Marcelino

Legenda da foto,

Bolsonaro sempre foi crítico de medidas de confinamento e já disse que a grande maioria da população iria se infectar pelo coronavírus

Segundo Humberto Costa, o questionamento sobre se Bolsonaro adotou a estratégia de imunidade de rebanho sem vacinas deve voltar a ser feito durante o depoimento de outros convocados pela CPI.

"Se isso é verdadeiro, o presidente incorreu em um grave crime, que representa um dolo eventual, ou seja, que ele correu o risco de causar um dano irreversível às pessoas com essa tese. E isso se transforma em um grave crime de responsabilidade", diz Humberto Costa.

Nesta quinta (6/6), os senadores devem ouvir o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

O ex-ministro Eduardo Pazuello, que ficou mais tempo no cargo durante a pandemia,seria ouvido na quarta, mas informou que não poderia comparecer por risco de covid. Seu depoimento foi remarcado para 19 de maio.

O que é a estratégia da 'imunidade de rebanho' sem vacinas?

O conceito de imunidade de rebanho, na verdade, surgiu com a vacinação.

Os vírus causam epidemias quando são transmitidos de pessoa para pessoa. Ou seja, para conseguir se propagar, o vírus precisa achar hospedeiros suscetíveis à doença. Mas quando uma grande parte da população está vacinada contra um vírus, o número total de pessoas suscetíveis cai tanto que ele não consegue mais encontrar hospedeiros e a circulação da doença é interrompida. É isso que é chamado normalmente de imunidade de rebanho.

Quando a pandemia de coronavírus começou, no início de 2020, e não havia vacinas disponíveis, foi levantada a hipótese de que seria possível atingir essa imunidade de grupo sem vacinas, a partir do momento em que um grande número de pessoas contraísse o vírus. A teoria tinha como pressuposto que quem se contaminou uma vez ficava imune a uma segunda contaminação pois já teria anticorpos contra o vírus.

Ilustração com pessoas distantes umas das outras

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Quando não havia vacinas disponíveis, no início da pandemia, foi levantada a hipótese de que seria possível atingir essa imunidade de grupo sem vacinas

Um grupo de cientistas — minoritários no meio científico — chegou a defender a estratégia. E alguns países, como Reino Unido, chegaram a adotá-la, mas ela foi rapidamente abandonada porque diversos estudos mostraram que o custo seria a perda de milhares de vidas.

O problema é que não se sabe quanto tempo após a recuperação da covid a pessoa continua imune, existem vários casos documentados de segundas infecções, não há garantia de imunidade contra novas variantes e um número enorme de infecções — e de mortes — aconteceria antes dessa imunidade de grupo ser atingida sem vacina.

Um modelo matemático apresentado pelo Imperial College de Londres, por exemplo, deu um panorama extremamente sombrio de como a doença ia se propagar pelo Reino Unido, como ia impactar o sistema público de saúde e quantas pessoas iam morrer se a estratégia de imunidade de rebanho sem vacina continuasse sendo aplicada. O modelo apontou que as mortes no Reino Unido poderiam chegar a 510 mil.

O que Bolsonaro falou sobre imunidade de grupo?

Em frente a painel de evento, Bolsonaro coloca máscara no rosto

Crédito, REUTERS/Ueslei Marcelino

Legenda da foto,

Em abril de 2020, Bolsonaro afirmou que o coronavírus iria atingir 70% da população

Bolsonaro foi crítico do isolamento social desde o início da pandemia e disse diversas vezes que a contaminação da maior parte da população era inevitável.

Em entrevista em 15 de março à CNN Brasil, Bolsonaro afirmou que "muitos pegarão isso independente dos cuidados que tomem. Isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde".

Em 24 março de 2020, em pronunciamento em rede nacional, o presidente criticou o confinamento por seus efeitos econômicos e disse que "a orientação vai ser o [isolamento] vertical daqui pra frente".

Em 26 de março, disse que "o brasileiro não pega nada".

"Você vê o cara pulando em esgoto ali, sai, mergulha e não acontece nada com ele", afirmou o presidente, sem lembrar que um enorme número de doenças são endêmicas no Brasil por causa da falta de saneamento.

Logo em seguida o presidente disse que a contaminação de um grande número de pessoas ajudaria a não proliferar a doença.

"Eu acho até que muita gente já foi infectada no Brasil, há poucas semanas ou meses, e ele já tem anticorpos que ajuda a não proliferar isso daí"

Em abril daquele ano, Bolsonaro afirmou que o coronavírus iria atingir 70% da população.

"O vírus vai atingir 70% da população, infelizmente é uma realidade", disse em uma entrevista em frente ao Palácio do Alvorada. Questionado sobre o número de mortes por jornalistas, o presidente respondeu que "não fazia milagres".

"Lamento, quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre, ninguém nunca negou que não vai haver mortes", disse Bolsonaro.

Em maio de 2020, Bolsonaro citou a Suécia — que na época havia adotado uma política de não fazer isolamento social — como exemplo.

"Vamos falar da Suécia? Pronto! A Suécia não fechou!", disse Bolsonaro após uma reunião com empresários.

Alguns meses depois, em dezembro, o país perdeu o controle da pandemia e passou a sofrer com aumento de casos, UTIs lotadas e debandada de profissionais de saúde, entre outros problemas.

Línea

 

 

CPI da COVID-19

Quem são os 11 senadores que investigarão as ações do governo federal no combate à pandemia

Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/05/06/interna_politica,1264019/cpi-da-covid-bate-boca-apos-queiroga-recusar-responder-sobre-cloroquina.shtml

06 de maio de 2021: Matéria do G1:

 

Marcelo Queiroga presta depoimento na CPI da Covid; veja frases

Queiroga, o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro, é o terceiro a depor na CPI da Covid.

Por G1


Marcelo Queiroga na CPI da Covid — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Marcelo Queiroga na CPI da Covid — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, depõe nesta quinta-feira (6) na CPI da Covid.

Queiroga foi o quarto ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e, quando ele foi escolhido, o país já tinha 278 mil mortos em decorrência da Covid-19.

Ele foi escolhido como ministro no dia 15 de março.

Ele é ouvido na condição de testemunha, quando há o compromisso de dizer a verdade sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho.

Vacina é a resposta

VÍDEO: 'A solução que nós temos para o problema da pandemia é a campanha de vacinação', diz Queiroga

VÍDEO: 'A solução que nós temos para o problema da pandemia é a campanha de vacinação', diz Queiroga

Queiroga pediu para que o Congresso “dê um voto de confiança” ao trabalho dele no Ministério da Saúde.

“Só temos um inimigo, o vírus, o novo coronavírus, e temos que unir nossas forças para cessar o estado pandêmico da doença”, disse ele.

Logo no início de sua fala, ele falou que “a solução é a campanha de vacinação”.

A vacina contra a Covid é a resposta da ciência, de acordo com Queiroga.

Ele lembrou que assumiu o ministério há cerca de 40 dias. “Não tenho condições de me ater a todos os detalhes de um ministério complexo”, disse ele.

Mas ele ressaltou também que houve mudanças —especialmente a respeito da relação com órgãos multilaterais.

VÍDEO: Bate boca entre senadores interrompe depoimento de Marcelo Queiroga

VÍDEO: Bate boca entre senadores interrompe depoimento de Marcelo Queiroga

“Ampliamos nossa relação com organismos multilaterais da saúde pública. A nossa relação com organismos multilaterais da saúde pública é produtiva e isso tem sido fundamental para conseguirmos insumos estratégicos para nosso sistema de saúde.”

No decorrer do depoimento, o ministro voltou a falar que "a vacinação é a forma adequada de obter a imunização da população”.

Ministro pede máscaras

Em sua primeira resposta, Queiroga tentou incentivar o uso de máscaras: "São medidas não farmacológicas que parecem simples e são simples, como o uso das máscaras, temos que investir em medidas não farmacológicas, políticas de testagem e fortalecer o nosso sistema de saúde para que seja capaz de atender os casos mais graves, os pacientes com síndromes respiratórias graves".

VÍDEO: 'Uma das estratégias nossas é ampliar a testagem', diz Queiroga

VÍDEO: 'Uma das estratégias nossas é ampliar a testagem', diz Queiroga

Ele então ressaltou que o sistema de saúde é tripartite, com União, estados e municípios. "Estamos com nossa equipe técnica com diretrizes que devem ser colocadas à sociedade e secretarias estaduais e municipais", disse ele.

Essa é uma doença que até pouco tempo era desconhecida, não tinha tratamento específico.

VÍDEO: Queiroga pede voto de confiança a senadores no combate à pandemia de Covid

VÍDEO: Queiroga pede voto de confiança a senadores no combate à pandemia de Covid

Vacinação 'é fundamental'

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) relembrou os mais de 414 mil mortos por Covid-19 no Brasil e perguntou ao ministro Queiroga sobre a divulgação de um "protocolo para salvar vidas" pelo SUS.

Queiroga disse que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) prevê um prazo de 180 dias para definir sua posição, e confirmou que um protocolo "já está sendo elaborado".

Mas ele também reforçou a importância da campanha de vacinação para o controle da pandemia.

"Eu queria dizer que para controlar esse problema não é a assistência da saúde em si que fará a grande diferença. É importante a assistência nos hospitais, mas é fundamental a campanha de vacinação", disse o ministro da Saúde.

Vacina Sputnik V

Sobre o uso da vacina russa Sputnik V, o ministro Queiroga defendeu o trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que não recomendou a importação do imunizante.

"A Anvisa, ao longo do tempo foi se aprimorando e hoje ela é considerada uma das agências de vigilância sanitária mais importantes", disse o ministro. "Em relação à decisão que foi tomada, e que essa vacina obtenha o aval da Anvisa, uma vez obtido, nós colocaremos no programa de vacinação."

Relação com a China

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) perguntou ao ministro Queiroga sobre uma insinuação do presidente Bolsonaro, sem mencionar a China, que o novo coronavírus pode ter nascido "em laboratório".

O ministro da Saúde disse desconhecer conversas com autoridades sobre uma "guerra química", citada pelo presidente e disse que a relação da pasta com a China "é a melhor possível".

"Espero que as relações entre Brasil e China continuem e que não tenhamos impactos nessa relação", disse Queiroga.

Ministro evita dar resposta sobre cloroquina

VÍDEO: Senadores pressionam Queiroga a responder sobre a cloroquina

VÍDEO: Senadores pressionam Queiroga a responder sobre a cloroquina

Perguntado diversas vezes sobre qual é a opinião dele sobre a cloroquina e se ele concorda com a campanha que o presidente Jair Bolsonaro faz ao "tratamento precoce", Queiroga evitou dar resposta.

VÍDEO: 'Eu não autorizei distribuição de cloroquina na minha gestão', diz Queiroga

VÍDEO: 'Eu não autorizei distribuição de cloroquina na minha gestão', diz Queiroga

Ele não respondeu a pergunta, argumentando que essa é uma questão técnica: "Gostaria de manter meu posicionamento final para quando o protocolo for elaborado", "essa é uma questão técnica", "existem correntes da medicina, uma corrente é contrária o tratamento precoce, outra corrente defende; essa questão precisa de posicionamento técnico, e o ministro da saúde é a última instância a opinar".

Em um outro momento, ele afirmou o seguinte: "Questão do tratamento precoce não é decisiva, o que é decisivo é a vacinação e as medidas não-farmacológicas".

Ivermectina e tratamento precoce

Perguntado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre o uso de medicamentos off label (não prescritos em bula para o tratamento da Covid-19), como o anti-parasitário ivermectina, o ministro da Saúde repetiu a resposta anterior dada ao relator sobre o uso de cloroquina, de que há "duas correntes" sobre a aplicação de medicamentos não comprovados.

"A solução que o Ministério da Saúde tem para resolver essa questão é a elaboração de um protocolo clínico e diretrizes terapêuticas", disse Queiroga. "Todas essas questões devem ser discutidas pela parte técnica [...] e colocada em consulta pública".

Mais adiante no depoimento, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou se o ministro presenciou alguma manifestação de Bolsonaro em defesa do tratamento precoce.

"Em uma única oportunidade [...] Manifestação pública em Chapecó. Presidente manifestou que tinha tomado medicamento, não mencionou nome", disse Queiroga.

'Juízo de valor'

O ministro Queiroga também evitou dizer se ele concorda com outras declarações do presidente Bolsonaro.

O senador Renan Calheiros o pressionou a respeito de dois temas:

  • Declarações de Bolsonaro sobre proibir que estados e municípios decretem lockdowns
  • Declarações de Bolsonaro contra a vacinação

Em ambos os casos, Queiroga alegou que não iria "fazer juízo de valor" sobre as declarações de Bolsonaro.

"O que o presidente falou comigo acerca desse tema é que ele queria assegurar a liberdade das pessoas. Assegurar a liberdade das pessoas eu concordo", ele afirmou.

VÍDEO: Queiroga concorda em assegurar a liberdade das pessoas

VÍDEO: Queiroga concorda em assegurar a liberdade das pessoas

A respeito das vacinas, ele afirmou: "São posições externadas que penso não têm impacto na campanha de vacinação". Ele não disse se concordava com as declarações de Bolsonaro.

Grupo de conselho do presidente

VÍDEO: 'Eu tenho que subsidiar o presidente com informações técnicas', diz Queiroga

VÍDEO: 'Eu tenho que subsidiar o presidente com informações técnicas', diz Queiroga

Outro momento em que Queiroga evitou dar uma resposta direta, de acordo com a formulação da questão, foi a respeito de um conselho do presidente Jair Bolsonaro.

Renan Calheiros perguntou se ele tinha conhecimento de um conselho extraoficial. "Não tenho conhecimento desse aconselhamento paralelo e não tenho conhecimento da elaboração do mérito. Eu não posso falar de um aconselhamento paralelo que não tenho conhecimento", respondeu Queiroga.

VÍDEO: 'Não tenho conhecimento de aconselhamento paralelo', diz Queiroga

VÍDEO: 'Não tenho conhecimento de aconselhamento paralelo', diz Queiroga

Compra de vacinas

"Eu assumi o Ministério há 40 dias, essas tratativas foram feitas no ano passado", respondeu o ministro, ao ser perguntado sobre o porquê do governo ter rejeitado um contrato com a Pfizer em 2020.

"Temos um contrato na eminência de ser assinado. A relação com a Pfizer é muito boa, temos a possiblidade concreta de termos mais 100 milhões de doses. Mas não posso falar sobre contrato firmado em gestão anterior", disse ele.

"Na hipótese de ter essas doses, fortaleceria nosso programa. Fizemos um acordo da Covax e não recebemos. Então o fato de assinar o contrato não quer dizer que vamos receber as doses."

"Medidas extremas podem ser colocadas em prática em cenários específicos. mas como uma medida nacional, temos um país continental, e uma medida como essa não vai surtir efeito. E temos dificuldade de adesão da população."

Autonomia de estados e municípios

O senador Tasso Jereissati perguntou a Queiroga se ele concorda que estados e municípios tenham autonomia para definir medidas de isolamento.

"Claro que eu concordo", respondeu o ministro.

Falta de protocolo

O senador Randolfe Rodrigues perguntou por que não há um protocolo clínico ainda.

Queiroga disse que "o conhecimento foi sendo consolidado ao longo do tempo". "Hoje temos conhecimento maior e hoje cabe protocolo clínico", afirmou.

"Existe medicações que existem consensos. Um deles é o corticoide. As técnicas de intubação, uso de anticoagulantes. Essa questão será discutida de maneira técnica, no âmbito correto", afirmo o ministro.

Contra aglomerações

Ao ser questionado sobre se as aglomerações promovidas por Jair Bolsonaro seriam responsáveis por propagar o coronavírus, Queiroga evitou comentar especificamente sobre o tema.

“Toda aglomeração deve ser dissuadida independente de quem faça”, respondeu o ministro da Saúde.

Interferência do governo no ministério

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) perguntou sobre eventual interferência do Planalto no ministério. Em repostas, Queiroga disse que o presidente lhe deu "autonomia para constituir equipe técnica".

"Presidente só me pediu para que cuidasse com a gestão do Ministério da Saúde e que os recursos fossem aplicados de maneira própria. É minha função orientar o presidente tecnicamente em relação a questões sanitárias", disse.

Veja mais trechos do depoimento do ministro da Saúde na CPI:

22 vídeos VÍDEO: 'Tenho receio que essa medida possa de alguma maneira prejudicar o rito de entrega de vacinas para o Brasil', diz Queiroga sobre quebra de patente VÍDEO: 'Esses medicamentos, como outros medicamentos, eles podem causar arritmias', diz Queiroga



Vídeos dos depoimentos na CPI da COVID-19, envolvendo apurar a gestão do governo para conter a Pandemia e suas responsabilidades por tantas mortes em todo o país.
 
Fonte: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=cpi+da+covid

Resultado de vídeo para cpi da covid
C
 
Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/05/06/interna_politica,1264019/cpi-da-covid-bate-boca-apos-queiroga-recusar-responder-sobre-cloroquina.shtml
 
 
Em 06/05/21 comenta depoimento prestado em 04/05/21-1º a depor na CPI da COVID-19
Mandetta comenta depoimento na CPI da Covid | UOL ...
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PANDEMIA

CPI da COVID: Bate-boca após Queiroga recusar responder sobre cloroquina

O ministro da Saúde presta depoimento no Senado Federal nesta quinta-feira (6/5)


Na manhã desta quinta-feira (6/5) houve um novo bate-boca entre os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) questionou o depoente de hoje, ministro Marcelo Queiroga, se endossa a opinião do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o tratamento precoce.
 

Queiroga evitou responder a pergunta e disse que gostaria de manter a opinião dele quando sair o protocolo da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), reforçou que o ministro deveria responder à pergunta. “Acho que o senhor não entendeu sua posição aqui. O senhor é testemunha, tem que dizer sim ou não. Então, como ministro da Saúde e como médico, peço para responder, se não vou encerrar esta sessão”, afirmou.

O relator repetiu a pergunta: “Vossa excelência compartilha da opinião do presidente da República sobre o tratamento precoce, especialmente sobre o uso da cloroquina para pacientes da COVID-19?”. O ministro voltou a se esquivar: “Essa é uma questão de natureza técnica, tem que ser enfrentada de forma técnica. É uma matéria técnica, existem correntes da medicina. Uma corrente é contrária e outra defende. Esta questão precisa de um posicionamento técnico. Existe na Lei 8.080 a previsão da Conitec, que elabora os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Essa decisão tem que ser avaliada quanto ao mérito da qualidade da evidência científica, em relação a questões econômicas de incorporação de tecnologias, colocada em audiência pública e o ministro da Saúde é a última instância”, respondeu.
 
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga(foto: Agência Senado)
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (foto: Agência Senado)
 

Renan Calheiros insistiu: “O senhor compartilha com o que o presidente pensa ou não?”. Em seguida, senadores bolsonaristas interromperam a sessão e discutiram sobre as perguntas feitas. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que o relator estava tentando induzir a testemunha e o presidente respondeu: “Até minha filha de 12 anos falaria sim ou não.”

O vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acusou os demais senadores por obstruir a reunião e interromper os questionamentos do relator. Por fim, Renan Calheiros afirmou que passaria para a próxima pergunta por não ter conseguido resposta sobre o tratamento precoce.

Marcelo Queiroga assumiu o comando do Ministério da Saúde em 15 de março deste ano. Ele é o quarto gestor da pasta: primeiro, Luiz Henrique Mandetta (1° janeiro - 16 de abril), depois Nelson Teich (16 de abril - 15 de maio). O terceiro foi o general Eduardo Pazuello, que assumiu como interino em 15 de maio, mas só foi concretizado quatro meses depois (16 setembro - 15 março).

A CPI ouviu Mandetta na terça (04) e Teich na quarta (05). Pela ordem cronológica, o próximo seria Pazuello, mas ele alegou ter contato com pessoas que testaram positivo para a COVID-19 e, por isso, o depoimento foi remarcado para 19 de maio.

Ainda nesta quinta-feira (06), às 14h, senadores vão ouvir o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.
 

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um terço dos 81 parlamentares. Na Câmara dos Deputados, também é preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

Há a possibilidade de criar comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, é preciso obter assinaturas de um terço dos integrantes das duas casas legislativas que compõem o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID investiga?


O presidente do colegiado é Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) é o relator. O prazo inicial de trabalho são 90 dias, podendo esse período ser prorrogado por mais 90 dias.



CPI da COVID-19

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