sexta-feira, 28 de julho de 2017



Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/obras-de-ampliacao-do-inca-sao-paralisadas-17155630

NÃO VAMOS ESQUECER A COVARDIA COM A DEMOLIÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL IASERJ DA AV. HENRIQUE VALADARES NA PRAÇA CRUZ VERMELHA, AO LADO DO INCA.  REIVINDICAMOS A ANULAÇÃO DO CONTRATO DO CESSÃO DO TERRENO DO IASERJ AO INCA E A RECONSTRUÇÃO DO IASERJ CENTRAL.ESTAMOS NA LUTA!

Obras de ampliação do Inca são paralisadas

Empresa abandonou projeto após ser citada por delator na Operação Lava-Jato

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Vazio. O terreno onde ficará o centro de pesquisa: projeto de R$ 500 milhões
RIO - As obras de ampliação do Instituto Nacional do Câncer (Inca) num terreno vizinho ao prédio-sede, na Praça Cruz Vermelha, no Centro, estão paralisadas. A construtora Schahin Engenharia, que ia construir o novo complexo, é suspeita de participar do cartel que superfaturava obras para a Petrobras. Ela foi citada por um dos delatores do esquema, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco.
A construtora comunicou a paralisação das obras ao Inca em abril. Orçadas em torno de R$ 500 milhões, elas deveriam ocupar o terreno de 14.585 metros quadrados do antigo Hospital do Iaserj, demolido em 2013. A área foi cedida à União pelo governo do estado.

O projeto prevê no local um centro de desenvolvimento científico para o controle do câncer, além de áreas destinadas ao atendimento de pacientes.

- O investimento no projeto do novo campus é um disparate quando comparado às condições do Inca, que sofre até com a falta de gaze, cateter e seringa. Os recursos humanos estão sobrecarregados. Essa situação é uma afronta à dignidade da população - protesta Pedro Ferreira, diretor do sindicato dos funcionários do Inca.

Na sexta-feira, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados fará uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, para discutir a situação do Inca. No terreno das obras, não há qualquer movimentação de operários. O lugar está vazio e cercado por tapumes.

Sem dar detalhes sobre o valor do contrato com a Schahin Engenharia, o Inca informou que comunicou o abandono das obras aos órgãos de controle e a outras autoridades. Ainda de acordo com o instituto, as providências para a aplicação das penalidades previstas no contrato já foram iniciadas. O Inca, porém, não disse quais foram essas medidas.

Segundo o instituto, um edital de licitação para a contratação da empresa que dará continuidade às obras já está em f ase de elaboração. Em junho, foi assinado um contrato emergencial, com prazo de 90 dias, para um trabalho de escoramento do solo do terreno, a fim de evitar desmoronamento.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, acredita que, no cenário atual de crise, as obras serão adiadas pela União:

- O governo (estadual) não teve piedade e destruiu um patrimônio. O Iaserj tinha capacidade para 400 leitos. Durante décadas, os servidores públicos do Estado do Rio contribuíram com 2% dos seus salários para o hospital. Nos últimos anos, passava por uma degradação progressiva.

De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o Iaserj não foi fechado: a sede do instituto agora está no Maracanã, onde funciona o ambulatório. A unidade dispunha de 12 leitos de terapia intensiva, que foram transferidos para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Já os leitos de enfermaria foram transferidos para o Hospital Estadual Eduardo Rabello, em Campo Grande. Ainda conforme o estado, os servidores não contribuem para o Iaserj há 14 anos.

Em abril deste ano, depois que a Operação Lava-Jato chegou à Schahin, o grupo pediu recuperação judicial para 28 empresas do conglomerado. O processo envolve um passivo de R$ 6,5 bilhões. Procurados pelo GLOBO, os advogados da Schahin não retornaram as ligações.


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