domingo, 2 de setembro de 2018

Inca não utilizou R$ 600 mil destinados à manutenção de terreno tomado pelo mato Instituto alegou dificuldade com licitação para usar verba liberada em 2017


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   Espaço está tomado pelo matagal - Antonio Scorza / Agência O Globo

RIO - Não foi por falta de dinheiro que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) deixou de fazer a manutenção do terreno onde seria construído o seu novo campus, ao lado do prédio-sede, na Praça da Cruz Vermelha, no Centro, e que está tomado pelo mato. Relatório de Gestão do exercício de 2017, publicado no site do Ministério do Planejamento, mostra que naquele ano havia uma dotação orçamentária de R$ 600 mil disponibilizada pelo Ministério da Saúde para esta finalidade. Mas, o dinheiro não foi usado pelo instituto.
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O objetivo dos recursos era a manutenção do terreno, para a preservação das etapas realizadas, além das demais ações voltadas para a segurança e conservação da infraestrutura mínima do local. Entretando, no mesmo relatório, o instituto alega ter tido "dificuldade na conclusão do processo licitatório para contratação de serviço de manutenção do terreno". Neste ano não há relatórios de gestão ainda.
Três anos após as obras serem paralisadas, a área com mais de 14.500 m² está tomado por um imennso matagal e preocupa a vizinhança, que teme sua invasão, como mostou O GLOBO. Na semana passada o Inca havia informado que ainda está com uma solicitação de serviços a ser contratada por meio de licitação para realização de obra de construção de muro de concreto no entorno do terreno, assim como a manutenção do mesmo. De acordo com a nota do instituto esta solicitação “visa garantir a segurança da comunidade que mora, trabalha e transita pelo local, além de assegurar o patrimônio publico até que seja autorizada a construção do novo campus pelo Governo Federal.”
O terreno abrigou durante anos o Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), que foi demolido no fim de 2012, após muitos protestos e polêmicas, para ceder espaço ao novo complexo. Logo após execução das fundações, em 2015, os trabalhos foram interrompidos, depois de a empresa responsável, a Schahin Engenharia, passar a ser investigada pela Operação Lava-Jato. Desde então, nada mais foi feito. No começo deste ano, a construtora teve sua falência decretada.
O projeto original de ampliação do Inca previa no local a construção de um centro de desenvolvimento científico para o controle do câncer, além de áreas destinadas ao atendimento de pacientes. As obras estavam orçadas em cerca de R$ 500 milhões, numa área cedida à União pelo governo do estado. O texto do relatório diz ainda que desde o início do projeto foram executados 6,74% do montante para a conclusão do complexo

Ainda segundo o relatório, após a aprovação pelo Ministério da Saúde da retomada das obras será feito um processo de contratação de uma empresa para atualização tecnológica do projeto. Mas, não dá nenhuma previsão de quando isso deve ocorrer.
Procurado de novo, nesta segunda-feira, o Inca enviou a seguinte resposta:
"O processo para contratação de manutenção do terreno, iniciado em 2017, previa a utilização de tapumes, ou seja, instalação e manutenção das telhas de aço galvanizado, pois a expectativa era de reinício das obras no menor tempo possível. Diante da incerteza da data de reinício das obras e da fragilidade desse material, houve alteração deste item para construção de um muro. Este processo já foi especificado tecnicamente pela Divisão de Engenharia e está sendo trabalhado internamente na instituição para agendamento da licitação. Estima-se que o contrato esteja assinado até o final de setembro; logo após assinatura do contrato, inicia-se o serviço. Toda verba não utilizada é recolhida e recebida novamente no ano seguinte.



Quanto às etapas do projeto do campus já executadas, esclarecemos que os 6,74% se referem aos estudos preliminares e execução da parede diafragma. Estas paredes são estruturas de concreto armado enterradas em todo o perímetro do terreno, ou seja , 455 metros lineares de extensão com altura/profundidade média de 16 metros. Após o abandono da obra por parte da construtora, o INCA promoveu contratação emergencial para conclusão da execução da viga de coroamento, etapa construtiva que dá estabilidade a toda esta estrutura enterrada, conferindo segurança ao entorno. A viga de coroamento foi executada também em todo o perímetro do terreno, sendo uma estrutura aparente e que pode ser visualizada em visita ao local.



Valor total da obra do campus sem correção : R$ 529.583.561,43 (2015)".
Espaço está tomado pelo matagal - Antonio Scorza / Agência O Globo

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