sábado, 8 de maio de 2021

 NOTA DE DENÚNCIA E SOLIDARIEDADE AOS PARENTES DAS VÍTIMAS DA CHACINA DO JACAREZINHO:

 

MUDI/SUS, MOVIMENTO DE MORADORES E USUÁRIOS EM DEFESA DO HOSPITAL IASERJ/SUS, manifesta nota de pesar e indignação, somando aos protestos que denunciam os indícios, pelas imagens e depoimentos,  de   verdadeiro extermínio, massacre, chacina,  ocorrida mediante nítida violência do Estado do Rio de Janeiro,  em que os comandantes da operação descumpriram os protocolos de abordagens e de prisão, e da decisão do STF que suspendia operações nas comunidades nestes tempos de Pandemia,  optando estes comandantes por abuso de autoridade, direto ou indireto, pela  pena de morte sumária que é proibida constitucionalmente, sem dar a voz de prisão que seria o correto.  Retiraram o direito dos acusados de se submeterem ao devido processo legal, no estado de Direito dentro do Regime Democrático que governa nosso país e se condenados sanções penais cumpririam em vida.  A morte de um policial não pode servir de estopim de vingança para executar  29 vidas a queima roupa, sem direito de defesa fisicamente e processualmente, literalmente encurralados em todos os aspectos, sem saberem identificar nem os nomes de todos os vitimados.

     Solidarizamo-nos com os familiares das vítimas que até sentença que seria prolatada, são inocentes, em que este cenário corrobora que não há uma política pública de segurança responsável, onde se passa por cima da lei, da Constituição e além de suspeitos, ainda não condenados, e somente investigados são executados sumariamente mesmo se entregando a polícia no momento do conflito, e mesmo atingindo inocentes ao redor, seja morador/a em seu direito de ir e vir na comunidade, sejam os passageiros do metrô que passava próximo ao local no momento do tiroteio. Este é mais um capítulo do racismo estrutural em que preto e pobre morador de favela está marcado para morrer a qualquer preço, por qualquer motivo ou mesmo sem motivo algum, só pelo fato de ser pobre, preto e morador de favela, já são estigmatizados pelo sistema. Pobre país que tudo se faz pela lei do mais forte, do opressor e das armas, e nada acontece para se mudar efetivamente o rumo desta história, que se repete sem fim.

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