CAMPANHA DO MUDI/SUS
CADÊ O IASERJ QUE TAVA AQUI? "MEMÓRIA E LUTA PELA RECONSTRUÇÃO DO HOSPITAL IASERJ!
JUNTE-SE A NÓS! O SUS AGRADECE!
Matéria abaixo de 27/10/2011
IASERJ: a luta pela sobrevivência hospitalar
Existe desmonte da assistência médica ao carioca?
A via crucis
da pensionista Eda N. Aquino repete a de inúmeros pacientes que
dependem da assistência pública à saúde, com a particularidade de que
seu atendimento no Hospital Miguel Couto ter sido realizado sob ordem
judicial…
O
episódio integra a perversa e crônica precariedade com que é tratada,
pelas políticas públicas governamentais, a rede hospitalar da cidade do
Rio de Janeiro.
Um
dos exemplos mais patentes dessa situação é o do Instituto de
Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj),
hospital que sempre foi de excelência, e que luta, diuturnamente, pela
sua sobrevivência, para atender à população do Rio.
Inicialmente
criado, em 1932, como Sociedade Beneficente do Servidor Municipal,
quando o Rio de Janeiro ainda era Distrito Federal, essa unidade
hospitalar funcionava como uma policlínica.
Com
o interventor federal Henrique Dodsworth (1937-45), foi transformada em
Departamento de Assistência ao Servidor da Prefeitura, englobando a
Médico-Cirúrgica, passando a se chamar Hospital do Servidor e Centro de
Perícias Médicas.
Em
13 de maio de 1975, o governo da fusão dos Estados do Rio de Janeiro e
da Guanabara, por meio do Decreto Lei nº 99, criou o IASERJ
transformando-o em uma autarquia, vinculada a Secretaria de
Administração, com sede na cidade do Rio de Janeiro.
Excelência médica e descaso governamental
Durante
muitos anos, o IASERJ foi um exemplo de excelência na prestação de
atendimento público à saúde, mas hoje enfrenta o descaso do poder público no repasse de verbas.
A
situação de descaso com o Hospital do IASERJ teria se agravado com o
projeto de cessão do terreno do Hospital ao projeto de expansão do INCA
(Instituto do Câncer) pelo governo Estadual.
Porém, este projeto foi paralisado porque o Tribunal de Contas da União (TCU) teria considerado esta cessão irregular. Além disso, um de seus prédios está penhorado e outro ainda permanece em inventário.
Porém, este projeto foi paralisado porque o Tribunal de Contas da União (TCU) teria considerado esta cessão irregular. Além disso, um de seus prédios está penhorado e outro ainda permanece em inventário.
A
agonia do IASERJ tem sido mais longa do que a da pensionista Eda N.
Aquino. Durante o governo Garotinho, o IASERJ sofreu um golpe fatal
quando foi proibido o desconto de 2% em folha dos servidores estaduais
para a sua manutenção, mesmo facultativo.
O Instituto passou, então, a ser financiado apenas pela Secretaria de Saúde.
Atualmente,
apesar de atender usuários do SUS, o Instituto, por não ser cadastrado
na entidade, não recebe nenhum repasse de verbas.
Vereadora Sonia Rabello e o Diretor do Iaserj, Nelson Ferrão |
O Instituto tem 34 mil m² construídos, mas apenas 24 mil m² estão em funcionamento, em função de um longo projeto governamental de desativação deste importante equipamento público de saúde.
Inúmeros leitos poderiam ser ativados em seus prédios, se houvesse determinação política para tal.
Além
da estrutura precária, como um prédio em construção desde a década de
80, o Iaserj ainda dá abrigo, na sua estrutura física com o proficiente
Instituto de Infectologia São Sebastião, que funcionava no Cajú, e que
também teve seu prédio original desativado e abandonado.
As propostas para a reformulação do Instituto
Diante
disso, a atual diretoria do IASERJ pretende implementar uma proposta de
reformulação que abrange o aumento de 26 para 85 leitos no pavilhão
clínico e a criação de 200 leitos no pavilhão anexo, que hoje se
encontra desativado.
Está
também prevista a criação de 130 novos leitos: 50 de CTI, 10 de UI e 70
cirúrgicos, além de 8 salas de cirurgia e 4 leitos de recuperação
pós-anestésica no pavilhão cirúrgicos.
Quantos
poucos milhões seriam necessários para este hospital não morrer? Quais,
afinal, as verdadeiras e imediatas prioridades para viabilizar a
assistência pública à saúde?
O
hospital pertence à estrutura do Estado do Rio de Janeiro. Mas atende
principalmente à população do Município. Por isso, é importante inserir o
apoio municipal para a reconstrução de seus leitos e seu atendimento à
população, atendimento este que sempre foi, por décadas, exemplar.
Os cidadãos do Rio merecem, para que a via crucis de D. Eda não tenha sido em vão.
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