quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Matéria em destaque fonte:Jornal O Globo 

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 Análise: No Rio, Clínicas da Família foram fundamentais para reduzir a superlotação de hospitais

Entre 2015 e 2016, 11 mil pacientes, com doenças crônicas como hipertensão e diabetes, deixaram de ocupar leitos em hospitais da rede pública municipal

Paciente chega à Clínica da Família José de Souza Herdy, na Barra Foto: Paulo Nicolella / Agência O Globo
Paciente chega à Clínica da Família José de Souza Herdy, na Barra - Paulo Nicolella / Agência O Globo
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manter Clínicas da Família abertas
RIO - Diante do risco de fechamento de 11 clínicas da família na Zona Oeste do Rio, a preocupação de pacientes e de profissionais que atuam na Atenção Primária de Saúde encontra razão também nos números. O projeto, que foi criado em 2009, permitiu que o município reduzisse as internações de pacientes que receberam atenção primária correta. Naquele ano, 16% dos leitos ocupados em hospitais públicos eram em decorrência de doenças que poderiam ter acompanhamento regular pelo programa de Saúde da Família e Clínicas da Família. Hoje, esse percentual caiu para 9%. Para se ter uma ideia, entre 2015 e 2016, 11 mil pacientes, com doenças crônicas como hipertensão e diabetes, deixaram de ocupar leitos em hospitais da rede pública municipal.
Esse tipo de atendimento evita consequências mais graves decorrentes dessas doenças, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), além da cobertura vacinal e acesso a medicamentos. Secretário de Saúde na administração municipal passada e integrante da Associação Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Daniel Soranz vem destacando que entre dez capitais, o Rio é a que tem maior cobertura de atendimento básico e com equipe médica das mais qualificadas.

Na noite de terça-feira, por volta das 21h, o prefeito Marcello Crivella divulgou vídeo em sua rede social garantindo que teve conversa bem-sucedida com o Ministério da Saúde, em Brasília, para conseguir recursos para o Rio. Garantiu ainda que as clínicas da família não serão fechadas. Crivella fez a viagem, aliás, em dia oportuno, uma vez que o governo federal não estava economizando recursos para tentar votar e rejeitar hoje a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Crivella é do PRB, partido fiel ao presidente.

Hoje, a cidade do Rio conta com 111 clínicas da família espalhadas em 68 bairros, com cobertura de 4 milhões de pessoas. Números tão expressivos mostram a importância da continuidade de programas que se provam eficazes.

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