domingo, 24 de março de 2013

BOLETINS E MATÉRIAS RETIRADAS DO PORTAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO, QUE O MUDI APÓIA E DIVULGA.

Vereador Paulo Eduardo apresenta PL na tentativa de acabar com as OSs em Niterói (RJ)


Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013


Boletim nº 13 - semana 19 a 25 março 2013

Paulo Eduardo apresenta Projeto de Lei para acabar com as Organizações Sociais em Niterói

Paulo Eduardo, em conjunto com a bancada do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), apresentou o Projeto de Lei 16/2013 para revogar a lei que criou as Organizações Sociais (OSs) em Niterói. 

No final de 2011, o governo Jorge Roberto Silveira aprovou a Lei 2.884/2011 que permite a privatização dos serviços públicos de Saúde, Educação, Cultura e Assistência Social através da transferência da prestação dos mesmos para entidades privadas. Os vereadores votaram o polêmico projeto em sessão fechada, sem a presença da população que lotava a Câmara Municipal em protesto contra a privatização das políticas públicas. 

Divulgando: Próxima reunião do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro - 26/03/2013


(clique na imagem para ampliar)

Entenda melhor como a "máfia do câncer" em Campo Grande sucateava o SUS visando fortalecer o setor privado


22/03/2013 09:09

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013

"Máfia do câncer" desmontou rede pública para criar monopólio privado

Por Aline dos Santos

Desmonte da rede pública e monopólio do setor particular no tratamento do câncer. Os dois fatos, que ocorreram de forma simultânea em Campo Grande, levantaram as suspeitas que levaram a Polícia Federal a bater na porta do médico Adalberto Abrão Siufi, dono da Clínica Neorad, diretor-geral do Hospital do Câncer até anteontem e ex-diretor do setor de oncologia do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande.

A investigação que culminou na Operação Sangue Frio (da Polícia Federal - PF) começou em março do ano passado para entender por que os serviços de radioterapia oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) eram fornecidos apenas pelo setor privado. “É um monopólio, uma máfia. É difícil crer que os órgãos municipais ou estaduais não funcionem e só os particulares, visto que a mesma pessoa controlava os dois”, afirma o superintendente da PF, Edgar Paulo Marcon.

Para os que enfrentam a doença e recorrem ao SUS, as opções são poucas. A radioterapia é feita somente no Hospital do Câncer. Já atendimento ambulatorial e quimioterapia são oferecidos na Neorad.

No ano passado, a resistência do HU em aceitar recursos do governo federal e reativar o setor de radioterapia foi parar na Justiça. O plano previa investimento de R$ 505 milhões em 80 hospitais, cinco deles em Mato Grosso do Sul. No Estado, somente o HU e a Santa Casa de Campo Grande rejeitaram a oferta.

A recusa levou o Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no Mato Grosso do Sul) a acionar o MPF (Ministério Público Federal). “E a batalha continua. Nem o HU nem o Hospital Regional estão se preparando para receber os equipamentos. Tem um acelerador que é 'top de linha' na radioterapia”, denuncia o presidente do sindicato, Alexandre Costa.

Deflagrados escândalos de corrupção no HU e Hospital do Câncer em Campo Grande


19/03/2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013


PF apura desvio R$ 3 milhões no HU e apreende R$ 200 mil em 4 locais

Por Aline dos Santos e Luciana Brazil

Policiais apreenderam documentos no Hospital do Câncer.
(Foto: Simão Nogueira)
Contratos suspeitos, superfaturamento, corrupção, formação de quadrilha. Os crimes investigados pela Operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (19/03/2013), revelam o submundo do tratamento contra o câncer. A ação apreendeu R$ 200 mil em dinheiro e suspeita de desvio em contratos do HU de Campo Grande (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian - HU-UFMS) que somam R$ 3 milhões.

Conforme a PF, o dinheiro foi apreendido em quatro locais. Sendo R$ 100 mil num único endereço. No entanto, não foram divulgados os pontos onde as apreensões foram feitas.

Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no HU, Hospital do Câncer, empresas que possuem contratos com o hospital público, escritório de contabilidade, residências e na Neorad. A empresa pertence ao médico Adalberto Abrão Siufi, que é diretor-geral do Hospital do Câncer e ex-diretor de oncologia do HU.

No Hospital Universitário, são investigados fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras. A Justiça Federal determinou que quatro pessoas fossem afastadas do hospital, sendo dois servidores e dois terceirizados. Os nomes não foram informados.

No ano passado, o hospital entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) por recusar recursos do governo federal para a radioterapia.

Coletiva deu detalhes de operação.
(Foto: Vanderlei Aparecido)
Fachada

Já o Hospital do Câncer é suspeito de servir como fachada para desvio de dinheiro público. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto pelo SUS e é administrado pela Fundação Carmem Prudente. Na semana passada,o MPE (Ministério Público Estadual) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores.

A unidade, que mantém contrato com a empresa da qual um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários. Outro detalhe é que a Neorad recebia Tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso do SUS.

ANTC, AMPCON e AMPASA ingressam com petição de “amicus curiae” no STF e defendem ação do PGR contra lei que cria EBSERH


05/03/2013
Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013

Fonte: ANDES
Na tarde de 05 de março de 2013, o escritório Teodoro de Moura Advogados Associados, que representa a Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON) e Associação Nacional do Ministério Público de Defesa da Saúde (AMPASA), ingressou com petição conjunta de amicus curiae na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.895, ajuizada pelo procurador-geral da República, em janeiro deste ano, contra a Lei nº 12.550, de 2011. 

A referida Lei autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e causa bastante polêmica pelo seus efeitos devastadores sobre a administração pública federal. Os principais aspectos que fundamentam a inconstitucionalidade são os seguintes:

1) Afronta à autonomia universitária (artigo 207);

2) Quebra do princípio da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão (artigo 207);

3) Desvio das atividades finalísticas da universidade autárquica (ensino, pesquisa e extensão com assistência à saúde) para entidade de natureza privada prevista nos artigos 173 e 175 da Constituição para o Estado explorar atividade econômica ou explorar, diretamente ou por meio de concessão ou permissão, serviços públicos mediante política tarifária, sem que esse modelo possa ser aplicado para execução de ações de saúde e educação de caráter gratuito e universal por força constitucional;

4) Inexistência de lei complementar estabelecendo as áreas de atuação das empresas públicas, sociedades de economia mista e das fundações (artigo 37, inciso XIX);

5) Autorização da instituição de empresa pública por lei que não tem natureza específica (artigo 37, inciso XIX), descaracterizada por também prever dispositivos que alteram o Código Penal.

A petição (item II.5) rebate item a item dos argumentos que sustentam a manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU), comprova a procedência da ação e a inconstitucionalidade da Lei impugnada pela Procuradoria Geral da República (PGR).

A petição, que contou com a colaboração técnica do médico e professor de oncologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, Eduardo Côrtes, também chama atenção para o fato de que a segurança da formação dos médicos brasileiros - aqueles que vão atender a população nos hospitais públicos e privados - é uma questão de direitos humanos, pois qualquer falha desses profissionais no exercício da medicina pode custar uma ou mais vidas. 


Ministro da Saúde desmente o plano de subsídios a planos de saúde. Mas o alerta deve continuar!


Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013

A posição da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, frente às recentes declarações do Ministro da Saúde, em resumo é a seguinte: não é que as intenções do governo Dilma de subsidiar planos de saúde e da criação de "planos de saúde populares" nunca existiram, como Padilha faz entender. E sim que as intenções são concretas, existem sim, mas frente a tamanha comoção que causou no movimento em defesa do SUS, com diversas entidades e organizações repudiando, o governo federal recuou, ao menos por enquanto. 

A sugestão da Frente é de que o alerta deve continuar! 

Segue abaixo uma matéria da Revista Carta Capital sobre as declarações do Ministro. Nela, apesar de não estarmos citados, nossa posição está representada por Francisco Batista Júnior, integrante da organização.
Governo não vai subsidiar plano de saúde popular, diz Padilha


Por Marcelo Pellegrini
O ministro Alexandre Padilha (Saúde).
Foto: Elza Fiúza/ABr

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou, nesta quinta-feira 14 de março de 2013, que o governo federal irá propor desonerações fiscais para as operadoras criarem planos de saúde a preços populares. A discussão sobre a proposta, noticiada em fevereiro pelo jornal Folha de S. Paulo, causou reações de profissionais da área pública da Saúde. Para eles, o governo financiaria a iniciativa privada por meio de subsídios em vez de investir diretamente no setor. Desde 2000, os investimentos diretos da União em saúde têm caído em relação ao PIB. Nos últimos três anos, a arrecadação de impostos do governo federal foi recorde, porém, o crescimento do PIB foi baixo. “Com isso, o orçamento do SUS, que resulta da conta com o que foi gasto no ano passado mais a variação do PIB nominal, foi prejudicado”, afirma o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB), líder da Frente Parlamentar de Saúde.

Em meio às críticas, Padilha se reuniu com representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS), nesta quinta-feira 15/03, e negou que o Palácio do Planalto prepare um plano de benefícios para as operadoras que não possuem dívidas com a União – 59% do total das operadoras. O valor da dívida das empresas de planos de saúde já atinge os 110 milhões. Além disso, as operadoras de saúde lideram as queixas de consumidores por má prestação de serviços, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).



Apesar do recado, representantes do Conselho ainda acreditam que o plano será encaminhado. “Eu acredito que o plano de desonerações seja para valer”, afirma Francisco Batista Júnior, ex-presidente do CNS, órgão que estava sendo presidido pelo próprio ministro Padilha até pouco tempo atrás.

A ideologia do medo toma conta da UFMA

Publicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013
Cartaz de chamada de um dos atos contra o autoritarismo
na UFMA que ocorreram em 2012
Ilse Gomes Silva 
Departamento de sociologia e antropologia e coordenadora do GEPOLIS

Joana A. Coutinho
Departamento de sociologia e antropologia e coordenadora do GEPOLIS


Alguns podem considerar estranho ou até exagerado comparar a sessão do CONSUN [Conselho Universitário] e a deliberação acerca da demissão do Prof. Gurgel como os tempos do autoritarismo da ditadura militar encerrada oficialmente desde 1985. Mas a intenção desse artigo é demonstrar que a comparação como os tempos de autoritarismo civil e militar não é absurda.

O autoritarismo na política brasileira tem sido endêmico desde o início da nossa formação social. Ao longo dos anos foi tomando diferentes facetas e se transvestindo de democracia restrita nos chamados períodos democráticos. O golpe civil militar que ocorreu em 1964 foi festejado por civis e militares como o último recurso para salvar a democracia dos supostos "elementos perigosos" que ameaçavam a paz e a ordem do país. Enquanto a tortura corria solta na ante-sala do governo, a grande mídia divulgava o milagre econômico e a vitória do futebol brasileiro. E para os descontentes a mensagem era: Brasil, ame-o ou deixe-o! Qualquer um que criticasse o sistema era considerado antipatriótico ou "perigoso" ao país.

Esse autoritarismo, conjugado com o chamado milagre econômico, foi festejado por muitos representantes das classes dominantes e das classes médias, que com medo da radicalização política das classes trabalhadoras e de qualquer proposta de transformação social optaram por abrir mão das frágeis instituições democráticas construídas no curto período de 1945 a 1963.

COFEN manifesta-se contrário à EBSERH

O Cofen propõe a revisão da legislação da gestão pública que inviabiliza os processos administrativos

MANIFESTO DO COFEN SOBRE A LEI Nº 12.550/11
O Plenário do Conselho Federal de Enfermagem em sua 423ª reunião ordinária, realizada em Brasília, no período de 22 a 25 de janeiro de 2013, vem publicamente manifestar-se contrário ao que dispõe a Lei nº 12.550/11 que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH por entender que a entrega da gestão de serviços públicos a qualquer organização que não seja de direito público contraria a Constituição Brasileira em vigor, no seu Capítulo II, que trata da Seguridade Social, na Seção II, da Saúde, principalmente o Artigo 196 que remete ao Estado a responsabilidade pela política nacional de saúde – SUS; por considerar que esta medida transfere para instituições de direito privado os recursos públicos socialmente garantidos pelos impostos dos brasileiros para o financiamento da atenção/assistência à saúde universal, equânime e integral; por reconhecer, no plano de gestão dessas organizações sociais de direito privado, práticas que possibilitam o cerceamento da universalização da atenção à saúde, prejudicando o ordenamento da formação de profissionais de saúde para o SUS, por intervir em Hospitais Universitários e que precarizam o trabalho em saúde no que diz respeito à liberdade de contratação de pessoal e estabelecimento de direitos trabalhistas diferentes do que estabelece o Regime Jurídico Único – Lei nº 8.112/1990.

Vitória!!! Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo é declarada inconstitucional


Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 23/03/2013



Divulgamos aqui essa importante notícia para a luta contra as Fundações Estatais  (Públicas) de Direito Privado (FEDPs / FPDPs). Uma grande vitória! Torçamos para que a decisão do julgamento pelos desembargadores envolvidos passe a ser referência para o Poder Judiciário e Ministério Público de outros municípios e estados brasileiros. Assim como, para que o exemplo da luta de todas as entidades e organizações sul-riograndenses que promoveram o debate e organizaram a população durante todo o processo e subsidiaram o julgamento, dê ainda mais ânimo para o movimento no país!
Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo é declarada inconstitucional
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul declara inconstitucional a lei que criou a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo
Em julgamento realizado em 04 de março de 2013, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul concluiu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 70040394843) ajuizada contra a lei que criou a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH).
Na sessão, o desembargador Rui Portanova, que havia pedido vistas do processo em agosto do ano passado, proferiu seu voto, acompanhando os demais julgadores, que já haviam apreciado a questão de fundo envolvida na demanda.
Os desembargadores do Órgão Especial do TJRS consideraram, por unanimidade, inconstitucional a lei que transformou o Hospital Municipal de Novo Hamburgo em fundação de direito privado denominada Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo. 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Boletim Mensal do blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde! - Fevereiro de 2013


Boletim Mensal do blog da 
Frente Nacional contra a Privatização da Saúde

<<<Fevereiro de 2013>>>
Os links estão divididos em 3 grandes temas.
Para abrir as matérias de seu interesse, basta clicar nos títulos!

>>Mercantilização da Saúde, privatização do SUS e sua lutas<<



sábado, 16 de março de 2013

Corte de recurso do Governo Federal pressiona HU a aderir à EBSERH



Sem recursos, HU fecha Hospital Dia e Centro Cirúrgico
Com redução no repasse de verbas da União, hospital suspende marcação de consultas


Por Pedro Brasil
O Hospital Dia e o Centro Cirúrgico do Hospital Universitário (HU) da UFJF, localizados no Bairro Dom Bosco, Cidade Alta, e responsáveis por pequenas e médias cirurgias estão com as portas fechadas desde a última quarta-feira. Uma semana antes, no último dia 5, 30% dos atendimentos previamente agendados em duas unidades do hospital - no Dom Bosco e no Santa Catarina- passaram a ser remarcados. Em consequência, a marcação de novas consultas foi interrompida. Dos 142 leitos de pré e pós operatório da instituição, 50 estão fechados, sendo a maioria da unidade do Santa Catarina. A partir de segunda-feira, o almoxarifado da unidade Dom Bosco só funcionará em meio expediente. Conforme anunciado previamente pela instituição, 30% dos funcionários, cerca de cem pessoas, já receberam o aviso prévio. O cenário caótico é reflexo das medidas de contenção de gastos, adotadas depois que as verba federais para custeio da entidade deixaram de ser enviadas pelo Governo federal.

De acordo com o diretor financeiro do HU, Alexandre Magno Mendes da Silveira, no ano passado, o custo para manutenção da unidade hospitalar foi de R$ 35.353.943,20, oriundos de quatro fontes de financiamento diferentes. A mais significativa delas, de R$ 18.980.582, que representa 54% do custeio, é oriunda de acordos definidos pelo reitor da UFJF, Henrique Duque, com o Governo em Brasília. "Esse valor não é certo, depende de acordos firmados nos ministérios. E é justamente essa verba que o reitor conseguiu no ano passado e que está fazendo falta", afirma. Magno confirma que, esse ano, já foram feitos cortes da ordem de 25% sobre o que estava previsto e que ainda podem ser necessários outros ajustes para conseguir fechar a conta, caso o dinheiro realmente não venha.

As dificuldades financeiras do HU começaram a surgir após a UFJF ter se negado a aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), uma empresa estatal de direito privado, criada pelo Governo federal para gerir os hospitais universitários federais. A decisão foi tomada após plebiscito, realizado no fim de 2012, junto à comunidade do HU. No início do mês, o reitor Henrique Duque informou em entrevista coletiva que, a partir deste ano, o custeio dos 46 hospitais universitários do país passou a ser feito pela EBSERH, de forma que os ministérios não repassarão mais verba diretamente aos HUs. "Essa suspensão de repasse não ficou restrita ao nosso hospital universitário", disse o reitor na ocasião, já que as demais unidades que não concordaram em migrar para a empresa também estariam enfrentando situação semelhante.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Mais expansão de planos privados, menos fortalecimento do SUS


Diferentes movimentos, pesquisadores e associações se manifestam contra a possível medida do governo federal de apoio à expansão dos planos de saúde privados para as classes C e D
Por Viviane Tavares do Rio de Janeiro (RJ)

A agenda da presidenta Dilma Rousseff no dia 26 de fevereiro não anunciava uma reunião com empresários do setor de saúde, mas a matéria do jornal Folha de S.Paulo apurou que ela se reuniu com cinco ministros de Estado, integrantes da área econômica e representantes do Bradesco, Qualicorp e Amil. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da presidenta, que negou o compromisso, mas, mesmo com a reação provocada por diversas frentes, não se pronunciou publicamente para desmentir o encontro. O mistério sobre a reunião ainda será desvendado, mas o assunto ajudou a trazer à tona mais uma vez o crescimento do setor privado na saúde brasileira.
De acordo com a matéria, a suposta reunião seria para a análise por parte do Executivo para a ‘redução de impostos, maior financiamento para melhoria da infraestrutura hospitalar e a solução da dívida das Santas Casas’. Em troca, o governo exigiria ‘uma série de garantias para o usuário’, com o objetivo de ‘facilitar o acesso de pessoas a planos de saúde privados, com uma eventual redução de preços, além da ampliação da rede credenciada’, além de ‘forçar o setor a elevar o padrão de atendimento’, como diz a Folha de S. Paulo.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Ameaça de subsídio público aos planos de saúde e outras problemáticas do SUS: entrevista com o presidente da Abrasco


Terça, 12 de março de 2013

Republicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 13/03/2013

A segmentação e a iniquidade do sistema de saúde brasileiro. Entrevista especial com Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza

“É preciso reformular as políticas de saúde no sentido de cumprir o que determina a lei”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco

“Infelizmente, os sucessivos governos brasileiros, desde 1988, vêm abdicando do Sistema Único de Saúde – SUS. Basta lembrar que nunca foi cumprida a disposição transitória da Constituição da República, que determina a aplicação de 30% dos recursos da Seguridade Social na saúde”. A constatação é de Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza, ao comentar o financiamento público de planos de saúde privados. Em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail, o presidente da Abrasco assinala que a “existência de planos privados financiados com recursos públicos aponta o caminho oposto: um sistema segmentado e desigual e, além disso, ineficiente, como demonstra a experiência norte-americana”.

Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza é graduado em Medicina e mestre em Saúde Comunitária pela Universidade Federal da Bahia e doutor em Saúde Pública pela Universidade de Montreal. É professor da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Programa de Economia, Tecnologia e Inovação em Saúde do Instituto de Saúde Coletiva.

Confira a entrevista. 

IHU On-Line – Que aspectos demonstram a “intenção” do governo federal de abdicar do Sistema Único de Saúde – SUS, para avançar na consolidação de planos de saúde no país? Quais as implicações dessa iniciativa?

Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza – Infelizmente, os sucessivos governos brasileiros, desde 1988, vêm abdicando do SUS. Basta lembrar que nunca foi cumprida a disposição transitória da Constituição da República, que determina a aplicação de 30% dos recursos da Seguridade Social na saúde. No atual governo, a recusa de destinar 10% das receitas brutas da União para a Saúde, como previa a Emenda Constitucional n. 29, foi um sinal preocupante. E agora esta notícia sobre uma proposta de ampliar os subsídios às operadoras de planos privados deixa em alerta a todos os que lutam pelo SUS.

De acordo com a lei, o SUS é um sistema único, universal e igualitário. A existência de planos privados financiados com recursos públicos aponta o caminho oposto: um sistema segmentado e desigual, e além disso ineficiente, como demonstra a experiência norte-americana.

Divulgando: Oficina de Planejamento do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro - 16/03/2013




quinta-feira, 7 de março de 2013

Manifesto de Repúdio à Proposta do Governo Federal de Subsidiar os Planos Privados de Saúde

A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde repudia o conjunto de medidas que, segundo notícia veiculada na Folha de São Paulo em 27/02/2013, o Governo Federal prepara desde o início do ano e que amplia a trilha da privatização da saúde em curso, através da radicalização do favorecimento já amplo ao mercado de planos e seguros de saúde.
Na reportagem é relatado que a própria Presidenta, pessoalmente, vem negociando com grandes empresas que atuam no mercado de planos privados de saúde – a maioria controlada ou com grande participação do capital estrangeiro e grandes doadoras da campanha presidencial de Dilma Rousseff – um pacote de medidas que transferirão mais recursos públicos para suas já vultosas carteiras através de redução de impostos, novas linhas de financiamento e outros subsídios a expansão do seu mercado.
Tal proposta consistiria na prática em universalizar o acesso à saúde das pessoas através de planos e seguros privados, e não através de serviços públicos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O preceito constitucional da saúde como direito é ferido mortalmente, ao ser substituído por uma abordagem da Saúde como mercadoria a ser mais amplamente consumida, especialmente para as chamadas classes C e D, para impulsionar o atual modelo de desenvolvimento.
Esta pode ser a formalização final para a instituição de um seguro saúde e criação de um Sistema Nacional de Saúde integrado com o setor privado, tendo como consequência acabar com o SUS ou torná-lo um sistema focalizado, consagrando o processo de universalização excludente que vem ocorrendo desde os anos 1990 com a saída dos trabalhadores melhores remunerados, que foram impulsionados à compra de serviços no mercado privado devido ao sucateamento do SUS. Esse movimento faz parte do mesmo processo de aprofundamento da subordinação do país ao grande capital financeiro, atrelado aos interesses do imperialismo. Contra fatos não há argumentos: há um crescimento no número de usuários de planos de saúde de 34,5 milhões, em 2000, para 47,8 milhões, em 2011, tendo o Brasil se tornado o 2º mercado mundial de seguros privados, perdendo apenas para os Estados Unidos da América.
A referida medida que beneficia os planos privados é anunciada poucos meses depois da venda de 90% da AMIL, maior operadora de planos privados de saúde do Brasil, para a empresa norte-americana United Health, e do anúncio do seu fundador, Edson Godoy Bueno (um dos maiores bilionários brasileiros) da meta destes planos atingirem 50% da população brasileira, ou seja, duplicar a sua cobertura para 100 milhões de brasileiros. A estratégia anunciada pela United Health para o Brasil é crescer entre o público de baixa renda.


terça-feira, 5 de março de 2013

Planos de saúde doaram R$ 12 milhões nas últimas eleições

Em um momento onde a presidenta Dilma avança na estratégia de investir na ampliação da cobertura de saúde suplementar para a parcela mais desfavorecida da população, abrindo uma lucrativa brecha para expansão desses conglomerados, em detrimento da construção do SUS público e da qualidade oferecida para os usuários, estamos resgatando uma reportagem já publicada aqui nesse blog em julho/2012 que nos ajuda a entender o que está por trás dessas negociações.
Empresas ajudaram a aumentar de 28 para 38 o número de deputados federais da bancada da saúde suplementar
Patrícia Benvenuti, da Redação do Brasil de Fato
Os planos de saúde marcaram presença no financiamento de campanhas da última disputa eleitoral. Em 2010, o setor foi responsável pela doação de R$ 12 milhões para 157 candidatos de 19 partidos. A participação das operadoras em 2010 foi mais expressiva do que nas eleições de 2006, quando as empresas do setor repassaram R$ 8,6 milhões; um acréscimo de 37,2%. Em relação às eleições de 2002, quando essas empresas destinaram R$ 1,3 milhão, o aumento foi de 746,5%.
Os dados fazem parte do estudo "Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil", dos pesquisadores Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Dilma vai acabar com o SUS?

Publicado na Folha em 05/03/2013 em Tendências/debates 
Por Lígia Bahia, Luis Eugenio Portela, Mário Scheffer
O desmonte final do Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo negociado a portas fechadas, em encontros da presidente Dilma Rousseff com donos de planos de saúde, entre eles financiadores da campanha presidencial de 2010 e sócios do capital estrangeiro, que acaba de atracar faminto nesse mercado nacional. 
Na pauta, a chave da porta de um negócio bilionário, que são os planos de saúde baratos no preço e medíocres na cobertura, sob encomenda para estratos de trabalhadores em ascensão. 
Adiantado pela Folha, o pacote de medidas que prevê redução de impostos e subsídios para expandir a assistência médica suplementar é um golpe contra o SUS ainda mais ardiloso que a decisão do governo de negar o comprometimento de pelo menos 10% do Orçamento da União para a saúde. 
A proposta é uma extorsão. Cidadãos e empregadores, além de contribuir com impostos, serão convocados a pagar novamente por um serviço ruim, que julgam melhor que o oferecido pela rede pública, a que todos têm direito. Em nome da limitada capacidade do SUS, o que se propõe é transferir recursos públicos para fundos de investimentos privados. 
O SUS é uma reforma incompleta, pois o gasto público com saúde é insuficiente para um sistema de cobertura universal e atendimento integral. Isso resulta em carência de profissionais, baixa resolutividade da rede básica de serviços e péssimo atendimento à população. 
Nos delírios de marqueteiros e empresários alçados pelo governo à condição de formuladores de políticas, o plano de saúde surgiria como "miragem" para a nova classe média, renderia a "marca" da gestão e muitos votos em 2014. 
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