NADA DEVE PARECER NATURAL, NADA DEVE PARECER IMPOSSÍVEL DE MUDAR! Bertold Brecht PELO RESGATE DE UM NOVO IASERJ NO CENTRO DO RIO JÁ!
domingo, 17 de março de 2013
INTERNAÇÃO COMPULSÓTIA DOS USUÁRIOS DE CRACK, FAVORECE A POLITICA DE HIGIENIZAÇÃO DA CIDADE....
Debate público no dia 18/3, próxima segunda-feira
O debate “INTERNAÇÃO FORÇADA: PRISÃO OU CUIDADO?” está previsto para começar às 18h e contará com a presença do desembargador Siro Darlan, do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), do diretor do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS AD) Ary Menezes Fialho e de um representante do Núcleo Estadual do Movimento de Luta Antimanicomial (NEMLA).
Renato Cinco destaca a importância de se debater o tema: “O Rio de Janeiro precisa de um programa de saúde mental eficiente, que enfrente o problema do abuso de drogas e não se limite ao mero espetáculo midiático e à higienização social”.
Já no primeiro dia de plenário, o mandato do vereador Renato Cinco tenta instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito da Internação Compulsória. A CPI pretende investigar a internação compulsória e a política de saúde mental voltadas para a população que faz uso prejudicial de álcool e outras drogas, no município do Rio de Janeiro. O documento já conta com oito assinaturas, sendo necessárias 17 para a abertura da CPI.
Desde maio de 2011, a Prefeitura do Rio de Janeiro recolhe compulsoriamente crianças e adolescentes supostamente usuários de drogas e desenvolve uma política de internação forçada daqueles que vivem em situação de rua. Em março, o poder público também eu início à internação forçada de adultos.
A atual prefeitura usa o debate do crack como justificativa para retrocessos graves no campo das políticas públicas em saúde mental. As novas práticas de internação compulsória abrem passagem para o retorno dos manicômios privados, duramente combatidos pelo movimento antimanicomial há pelo menos 30 anos, agora chamados “abrigos especializados” e “comunidades terapêuticas”.
Essas instituições já são alvo de diversas denúncias de violação de direitos humanos e desvio de verbas públicas. Organizações Sociais para lá de suspeitas recebem milhões dos cofres públicos, em contratos sem licitação, enquanto mantém abrigos em condições precárias e desumanas, sem assistência médica adequada.
Segundo técnicos e especialistas da saúde mental, as práticas de recolhimento e internação forçados são ineficazes. Cerca de 98% dos internados retornam imediatamente ao consumo da droga. Segundo operadores do direito, tal política também está fora dos marcos legais, uma vez que se trata de medida extrema, a ser aplicada individualmente, em último caso e quando autorizada.
A cidade do Rio de Janeiro vive hoje um processo claro de privatização e higienização social, que inclui a política de internação compulsória, as remoções de comunidades de áreas valorizáveis, obras de preparação para a Copa e as Olimpíadas, a privatização da Marina da Glória, do complexo do Maracanã, a construção de bondinho para o Pão de Açucar saindo do Leme, dentre tantos outros. Por isso, esse é um debate fundamental à nossa cidade, sobre que futuro queremos, para além de sua importância no que se refere à saúde e ao necessário enfrentamento do problema do crack.
Quanto ao tratamento e ao cuidado efetivamente de saúde, defendemos a redução de danos e a ampliação e desenvolvimento da rede pública de atenção psicossocial, via concurso público e sem Organizações Sociais (OSs). Não se trata de nenhuma novidade, os CAPS, Consultórios de Rua, Centros de Convivência e outros dispositivos de base comunitária, exemplos de formas realmente efetivas de cuidado e assistência, estão
previstos na lei e nas normas do Ministério da Saúde. O uso prejudicial de drogas é um problema de saúde, não de segurança pública, e assim deve ser encarado. Simplesmente recolher e dopar pessoas em situação de rua não é acolher e muito menos tratar.
OBS: A Câmara não permite a entrada de pessoas com shorts, bermudas, camisetas sem manga ou chinelos.
About these ads
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário