quinta-feira, 22 de junho de 2023

Enfermeiros voltam a se mobilizar exigindo o piso salarial e o fim das privatizações

 fonte: https://anovademocracia.com.br/enfermeiros-voltam-a-se-mobilizar-exigindo-o-piso-salarial-e-o-fim-das-privatizacoes/

Enfermeiros voltam a se mobilizar exigindo o piso salarial e o fim das privatizações 

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Manifestação da enfermagem no Rio de Janeiro (RJ) exige o piso salarial e rechaça privatizações. Foto: Mayara Alves/ Sindsprev
Manifestação da enfermagem no Rio de Janeiro (RJ) exige o piso salarial e rechaça privatizações. Foto: Mayara Alves/ Sindsprev
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Centenas de enfermeiros e técnicos de enfermagem de hospitais municipais, estaduais e federais do estado do Rio de Janeiro realizaram uma manifestação no 19 de junho, na zona sul da capital. Eles exigiam o piso salarial da categoria e rechaçaram a tentativa de privatização dos hospitais federais através de sua “estadualização”, por manobra do governador reacionário Cláudio Castro (PL). 

A manifestação ocorreu em frente ao Hospital Federal da Lagoa, que está em vias de passar para o controle estadual e ter o destino de tantos outros hospitais estaduais fluminenses: a privatização por meio das Organizações Sociais de Saúde (OSS). Os manifestantes ocuparam todas as pistas da rua Jardim Botânico, bloqueando os dois sentidos da via. No ato, os manifestantes carregaram faixas e cartazes com as palavras de ordem: Saúde não é mercadoria! e Enfermagem exige respeito. Queremos o que é nosso por direito! Piso já!.

Além do fim das privatizações dos hospitais públicos, e da demarcação da luta pela saúde gratuita e de qualidade, os enfermeiros exigem a jornada de trabalho de 30 horas, a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para a categoria, e a classificação dos auxiliares de enfermagem enquanto técnicos. Os enfermeiros dos hospitais municipais ainda denunciaram que o prefeito Eduardo Paes, em campanha eleitoral, afirmou que pagaria o PCCS da Enfermagem e da Saúde, mas que uma vez eleito não o cumpriu.

O Comitê de Apoio ao AND do Rio de Janeiro esteve presente no ato e realizou uma brigada de vendas da Edição n° 252 entre os trabalhadores da enfermagem.

Jornadas exaustivas, baixos salários e ameaças de privatização

Os enfermeiros enfrentam atualmente uma situação limite: recebendo salários miseráveis, trabalham jornadas exaustivas, com mais de um vínculo empregatício para conseguir manter suas famílias. Além disso, somam-se as constantes ameaças de privatização dos hospitais federais, estaduais e municipais sob regime de contrato com as OSS, empresas privadas responsáveis por administrar os hospitais públicos e que aprofundam ainda mais a precarização do trabalho e dos serviços prestados, uma vez que é formalizado juridicamente a busca por superlucros.

A aplicação do piso para a enfermagem, que daria mínima dignidade salarial a mais de 2,5 milhões profissionais da saúde no Brasil, está sendo enrolada desde setembro do ano de 2022, após ser suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob alegações de que não haveria verbas para pagar. Tudo isso a serviço dos tubarões da saúde privada. 

Após quase um ano de grandes greves e manifestações combativas pelos enfermeiros, o piso continua a ser motivo de protelação: ele foi aprovado pelo STF em maio deste ano e suspenso novamente em 16 de junho. Uma nova votação será realizada pelos excelentíssimos burocratas no dia 30/06.

Contra o imobilismo

Frente à tentativa de desmobilizar a categoria com adiamentos intermináveis da decisão sobre o piso, os enfermeiros, auxiliares e técnicos do Rio de Janeiro já botaram em prática o início de uma agenda de lutas. Foi aprovada greve de 24h para sexta-feira, dia 23/06, com ato e assembleia geral no Hospital Federal de Bonsucesso. Na assembleia geral será votada a continuação da greve com todos os setores: municipal, estadual e federal. Também será realizada uma assembleia online dos hospitais municipais do RJ para deliberar sobre a greve

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