segunda-feira, 3 de setembro de 2012

NÃO A DEMOLIÇÃO DO IASERJ !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 23 de junho de 2012

SOS IASERJ! JUNTE-SE A NÓS NESTA LUTA!


"Não aceitei ser diretor para ser coveiro", diz dirigente exonerado de hospital no Rio

Felipe Martins
Do UOL, no Rio

  • Fernando França
    Manifestação de funcionários e parentes de pacientes em frente ao hospital do Iaserj na última sexta (8)
    Manifestação de funcionários e parentes de pacientes em frente ao hospital do Iaserj na última sexta (8)
Em mais um capítulo de uma novela que se arrasta há dois anos, o governador do Rio Sérgio Cabral exonerou o diretor do Iaserj (Instituto de Assistência do Servidor do Estado do Rio de Janeiro) em decisão publicada hoje no Diário Oficial. Nelson Ferrão foi cortado depois de fazer pressão contra o fechamento do hospital do instituto, que será demolido para a construção de um centro de oncologia, alegando que muitos pacientes não sobreviveriam à transferência.
A saída de Ferrão ocorre após decisão judicial expedida na última quinta-feira impedindo a transferência de pacientes do Iaserj para qualquer outra unidade de saúde. Para o lugar de Ferrão foi nomeado Pedro Cirillo, que já dirigiu a unidade. Funcionários, pacientes do Iaserj e moradores do centro lutam contra a demolição da unidade de saúde, configurada há dois anos após a cessão da área, em uma parceria dos governos federal e estadual.
Procurado pela reportagem do UOL, o ex-diretor do Iaserj contou que recorreu ao conselho de ética do hospital contra ofício da Secretaria de Saúde que dava início ao processo de transferência dos serviços hospitalares. “O ofício tratava apenas das transferências de serviços ambulatoriais. Eu recorri ao conselho de ética da unidade alegando que não é possível a transferência sem que haja prejuízo aos pacientes”, disse.
De acordo com Ferrão, existem pacientes no CTI que não suportariam transferência para outra unidade.  Posicionando-se contra a demolição, o ex-diretor afirmou que passou a trabalhar para impedir qualquer remoção sem que um plano de contingência fosse criado. “A minha postura é essa. Eu não aceitei ser diretor do Iaserj para ser coveiro. Eu vim aqui para trabalhar”, declarou.
A sentença do juiz Daniel Vianna Vargas, da Comarca da Capital, vai ao encontro do exposto pelo ex-diretor do Iaserj.  Segundo o juiz, “a desativação e remoção representa risco de vida para os pacientes internados e risco de danos aos milhares de usuários da unidade”. O magistrado informa ainda que “há necessidade de comprovação da possibilidade médica da remoção/transferência de pacientes sem risco à sua saúde”. A Justiça pede a apresentação de um plano que permita que as transferências ocorram sem risco à vida dos pacientes.
Segundo o Ministério Público, autor da ação civil pública, uma equipe do órgão esteve no local e constatou que os pacientes internados já vêm recebendo ligações telefônicas informando sobre a transferência, sendo orientados a buscar vagas em outras unidades de saúde.  Ainda segundo o MP, um ”verdadeiro clima de terror” está criado entre pacientes, familiares e servidores já que a data da transferência não é informada pela Secretaria Estadual de Saúde.
O Iaserj realiza cerca de 9.000 atendimentos por mês. São realizados durante o mesmo período aproximadamente 35 mil exames laboratoriais e 1500 de imagem. O hospital tem cadastrados 80.000 pacientes do SUS. São 56 leitos ativos, sendo 12 de UTI. NO terreno funciona ainda o Instituto de Infectologia São Sebastião. “O que a gentes questiona é a construção de um centro de pesquisa, uma obra faraônica onde funciona um hospital que tem potencial para 400 leitos. Eles só sabem tratar de câncer na Cruz Vermelha?, indagou Nelson Ferrão em referência ao sub-bairro do Centro onde estão o Inca e também o Iaserj.
Manifestação
Funcionários e familiares de pacientes estão há dez dias acampados no pátio do Hospital Central do Iaserj em vigília contra a demolição.  A presidente da Associação de Funcionários, Mariléa Ormond, lembra que a demolição do Iaserj é contrária a uma promessa de campanha do governador Sérgio Cabral. “O governador prometeu levantar a unidade. Ele disse que a própria família já foi atendida no hospital. Ele mesmo extraiu as amídalas aqui no Iaserj”, disse.
O Iaserj era mantido com a contribuição de 2% do vencimento dos servidores do Estado. Com o fim do desconto, a unidade entrou em crise. Portas e janelas quebradas e paredes rachadas são sinais de decadência de um hospital que já foi referência em atendimento público.
Com a demolição do Hospital Central do Iaserj, os leitos serão transferidos para o Hospital Getúlio Vargas, localizado na Penha, zona norte do Rio, há cerca de 20 km do Iaserj. Moradora do centro do Rio, a comerciante Isabela Teixeira não concorda com a atitude do governo do Estado.  “Nada contra criar leitos no Getúlio Vargas, mas tenha paciência. O Getúlio fica na Penha, há 20 km daqui. Nós, moradores, como ficamos sem esses leitos? É um desrespeito com a população do bairro”, desabafou.
Outro lado
A Secretaria Estadual de Saúde manifestou-se por meio de nota sobre a exoneração do diretor do Iaserj, Nelson Ferrão. Segundo a secretaria, o critério foi exclusivamente técnico e o novo diretor, Paulo Cirilo, tem vasta experiência em gestão de unidades de saúde, incluindo o próprio Iaserj.
Sobre o fim do Hospital Central, segundo a secretaria, há dois anos o cronograma de migração dos serviços do Iaserj vem sendo discutido com as associações de pacientes e de moradores do entorno do atual Iaserj. Os leitos do hospital serão transferidos e ampliados para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio, passando de 12 para 24. A nota informa ainda que o ambulatório e o serviço de pronto-atendimento exclusivo para servidores do Estado serão transferidos para a unidade do Maracanã do Iaserj assim que as obras de adaptação forem concluídas. O Instituto de Infectologia São Sebastião irá para o Hospital dos Servidores, também no centro.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que a recente ampliação de leitos do Hospital Souza Aguiar, da rede municipal, supre a demanda de leitos da região. Por fim, a nota informa que, há 13 anos, desde a criação do fundo Rio Previdência, os servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro não contribuem mais com os 2% habituais para manutenção do Iaserj. “A função pública do Estado é investir na saúde coletiva e usar recursos do Sistema Único de Saúde para ampliar o atendimento a toda a população", encerra a nota.  
MATÉRIA DO SINDSPREV/RJ - 06 de junho de 2012.  
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