sábado, 17 de janeiro de 2015

O MUDI ESTEVE PRESENTE NO ATO ABAIXO, PELO DIA DE LUTA CONTRA A ESTADUALIZAÇÃO DOS HOSPITAIS FEDERAIS, PRESTANDO SOLIDARIEDADE AOS SERVIDORES DA ÁREA DE SAÚDE, E REIVINDICANDO MELHORIA NO ATENDIMENTO NOS HOSPITAIS PÚBLICOS À POPULAÇÃO!

Ministério nega estadualização de hospitais mas luta contra privatização continua

Matéria retirada do Portal do Sindsprev 

 http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/secao.asp?area=11&entrada=7335

 

14/01/2015

Audiência dessa quarta-feira no Nerj, que discutiu estadualização e outros pontos apresentados pelo Sindsprev/RJ
Foto: Fernando França

Da Redação do Sindsprev/RJ
Por André Pelliccione

Em audiência com representantes do Sindsprev/RJ ocorrida nesta quarta-feira 14, o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Nerj, José Carlos de Moraes, negou que o Ministério da Saúde (MS) pretenda transferir os hospitais federais do Rio ao governo do estado. Segundo ele, nunca houve intenção do MS nesse sentido. Pressionado pelo Sindsprev/RJ, o gestor comprometeu-se a consultar as instâncias do Ministério da Saúde, em Brasília, sobre a possibilidade de elaboração de uma ‘nota pública’ desmentindo informação contida em matéria publicada pelo jornal O DIA sobre a estadualização de seis hospitais federais ((Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e HFSE). Outros compromissos assumidos foram o de buscar a realização de mesa de negociação específica com o Sindsprev/RJ, conforme reivindicado pelo Sindicato, e suspender o despejo do Núcleo Sindical do Hospital Cardoso Fontes.
A data da próxima reunião com José Carlos de Moraes será agendada nos próximos dias. A reunião com o Moraes aconteceu logo após ato público dos servidores da saúde federal, realizado pela manhã, em frente ao Nerj, na rua México 128, como parte do Dia de Lutas da categoria, com paralisação de 24h nos hospitais. Além de Moraes, representaram o Ministério os assessores técnicos Suely Pinto e Marco Paulo Brito.  Assista ao vídeo da reunião, clicando aqui.
“É importante saber que se o Ministério emitir uma nota pública desmentindo a estadualização, isso vai significar muito pouco, pois em diversas ocasiões o governo descumpriu o que prometeu. Portanto, temos que continuar mobilizados e não podemos baixar a guarda, até porque lutamos por muito mais coisas”, avalia Christiane Gerardo, da direção do Sindsprev/RJ. "A mobilização tem que continuar e, a partir de agora, tem de ser ampliada porque estamos nos preparando para a campanha salarial unificada dos servidores federais, que fazem uma grande plenária em Brasília, nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, para definir um calendário nacional de lutas. Temos motivos de sobra para continuarmos mobilizados. Precisamos de reajuste salarial decente, além de condições dignas de trabalho", completou a também diretora do Sindicato Lucia Pádua.
Sindicato apresenta reivindicações
Na reunião dessa quarta, além de questionar a estadualização, o Sindsprev/RJ apresentou uma lista de reivindicações ao Ministério, como: realização de concurso público pelo Regime Jurídico Único (RJU), instalação de conselhos de gestão participativa nos hospitais, eleições diretas para chefias e direções de hospitais, levantamento das condições de saúde dos servidores, que nenhum novo leito seja aberto sem o correspondente número de servidores necessários para tal e que haja respeito ao direito de organização dos servidores nos locais de trabalho.
Dizendo ‘não ter autonomia’ para discutir essas reivindicações, José Carlos Moraes afirmou que vai remeter o assunto para a proposta de mesa de negociação específica do Ministério com o Sindsprev/RJ.
Críticas ao sucateamento da saúde
A apresentação das reivindicações foi precedida de duras críticas do Sindsprev/RJ ao sucateamento da saúde federal. “O Hospital de Bonsucesso, por exemplo, está à deriva, com o laboratório fechado e os pacientes renais crônicos sem atendimento. Pra piorar, a unidade foi transformada numa grande emergência. É o caos, que também se repete em outras unidades”, afirmou o diretor do Sindsprev/RJ Julio Cesar Tavares.
“No Hospital Cardoso Fontes não tem água potável para os servidores e alguns pacientes ficam nos corredores, sem serem atendidos, porque o Sistema de Regulação de Leitos não funciona em benefício dos pacientes. Esta é a situação dos hospitais federais, onde a Fundação de Saúde do Rio está presente, para piorar tudo”, completou Christiane Gerardo.
Não à privatização. Fora Ebserh
José Carlos Moraes também foi questionado quanto à presença da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) nos hospitais federais. Empresa que, segundo denunciado pelos servidores, vem realizando compras de insumos e materiais. Sem negar a presença da Ebserh, o representante do Nerj tentou justificá-la com a alegação de que isto seria permitido pela lei de licitações, no que foi rebatido pelo Sindsprev/RJ. “É um absurdo que uma empresa rejeitada pelos servidores permaneça nos hospitais como se nada estivesse acontecendo. A Ebserh é o primeiro passo para a privatização da saúde, mostrando que o governo Dilma [PT] não desistiu dessa política nefasta”, afirmou Júlio Cesar Tavares.
“A grande verdade é que, na política do governo, nada funciona em benefício da população. Os hospitais têm porta de entrada, mas a porta de saída é o cemitério porque a população está sem assistência”, disse Shirley Coelho, também dirigente do Sindicato.
Ao final do encontro, José Carlos Moares apresentou alguns números sobre os gastos com os hospitais federais. Segundo ele, os seis hospitais federais consomem ao ano cerca de 1,5 bilhões de reais com custeio e pessoal. Incluídos os institutos, esse gasto vai para R$ 3 bilhões/ano.

Servidores da saúde federal em frente ao Nerj, durante manifestação dessa quarta-feira 14, na rua México 128 (foto: Fernando França) 

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